domingo, 23 de outubro de 2011

SUSTENTABILIDADE É O DIFERENCIAL DOS FUTUROS AGRÔNOMOS FORMADOS NA UNIMAR

Por Célia Ribeiro

Considerado celeiro do mundo, o Brasil tem todas as condições para aumentar a produção de alimentos , suprir o mercado interno e exportar o excedente, contribuindo para o saldo positivo da balança comercial do País. No entanto, não basta produzir. É preciso garantir a sustentabilidade ambiental, social e econômica. Essa visão, que parece de especialista do agronegócio, na verdade é encontrada na nova safra de engenheiros agrônomos que a Universidade de Marília (Unimar) está colocando no mercado.
Mudas no viveiro da Fazenda Experimental
Para traçar um panorama do setor, o Correio Mariliense foi conferir como pensam esses jovens que, desde o primeiro termo do curso de Engenharia Agronômica, revelam uma grande preocupação em aliar a alta produtividade, com a redução de custos e a preservação ambiental. Acompanhada do professor Ronan Gualberto, a reportagem ouviu quatro estudantes às margens da bela represa da Fazenda Experimental.

Antes de falar em teoria, a Unimar dá o exemplo ao promover o reflorestamento de Áreas de Preservação Ambiental (APP), contou o professor. Há uns 10 anos, foram plantadas 50 mil mudas. Recentemente, outras 15 mil mudas, de 80 espécies nativas, foram separadas para recuperar áreas degradadas. Segundo Ronan Gualberto, este ano já foram plantadas 5.000 mudas e, até o começo de 2.012, outras 10 mil serão plantadas pelos alunos.
Leonardo, Luís Fernando, Prof. Ronan,
Bruno e João Fernando
“O solo de Marília é um solo fraco, arenoso, e está muito predisposto à erosão. Tudo o que puder ser feito para proteger esse solo é interessante”, observou o professor. Parte das mudas é produzida nos viveiros da universidade e o restante adquirido junto à Secretaria Municipal da Agricultura.

AGRONEGÓCIO

“O produtor tem que ter lucro, tem que visar o lado econômico, mas também o social e o ambiental. O produtor hoje tem que conseguir produzir, ter lucro, mas preservando o meio ambiente e preservando a saúde e a integridade do trabalhador rural”, destacou o professor, acrescentando que “infelizmente, ainda existe um milhão de crianças, menores de 14 anos, trabalhando na zona rural”.

A visão humanista é passada aos alunos através da disciplina de “Ciências Sociais”, ministrada pela professora Miriam Ruiz. Segundo explicou o coordenador do curso de Engenharia Agronômica, desde o primeiro semestre, os estudantes são levados a desenvolverem trabalhos em entidades filantrópicas, como a ONG “Amor de Mãe” onde ajudaram na formação de uma horta comunitária.

BOAS RAÍZES

Demonstrando que aprendeu bem a lição, o estudante do 6º termo, Bruno Felipe Gea Fernandes, de 23 anos e morador de Dois Córregos, destacou os benefícios da recuperação de áreas degradadas para a minimização do efeito estufa que tanto prejuízo causa ao clima do planeta: “Com o reflorestamento, a fauna e a flora vão voltar, teremos um ambiente mais fresco, o equilíbrio do ecossistema, evitando erosões e o assoreamento de rios e córregos”, afirmou.
Nova geração de agrônomos
Por sua vez, Leonardo Pinhel, 19 anos e morador de Promissão, revelou que “aqui no curso, a gente aprende desde o primeiro semestre, que produzir com sustentabilidade é, por exemplo, aplicar defensivos em cultura só em casos extremos, procurar culturas resistentes, ir atrás de plantios que não revolvam tanto o solo para causar menos erosão e fazer controle biológico de pragas”.

Da cidade de Rolândia, no Paraná, João Fernando Barreira de Freitas, 20 anos, observou que o Brasil vem registrando altas taxas de produção. O desafio dos agrônomos é conseguir a redução dos custos de produção: “O produtor fica meio cismado de gastar muito e vir uma chuva ou uma geada e prejudicar a produção porque os custos são muito altos. Então, se baixar os custos dos insumos em geral, eles vão poder explorar mais as áreas, colocando mais genética, produzindo mais com qualidade, visando sempre o custo-benefício”.
Trabalhadores preparam área que será reflorestada

Único mariliense do grupo, Luís Fernando Franchin Sgorlon, 19 anos, frisou que “não é somente plantar as árvores, ou seja, tem que fazer a preservação. Muitos agricultores utilizam agrotóxico sem necessidade, que também contamina o lençol freático”. E acrescentou que é preciso “preservar o que gente tem, melhorar a qualidade da produção e proporcionar o bem estar às pessoas”.

Os quatro futuros agrônomos foram unânimes em defender o uso racional de agrotóxicos, investindo em melhoramento genético para obter sementes resistentes às pragas e doenças e no controle biológico. Eles lembraram que “os produtores mais antigos, quando veem uma lagartinha, já querem aplicar defensivo”. Por isso, uma das atribuições dos agrônomos é, através do manejo integrado de pragas, orientar os agricultores sobre a correta utilização de agrotóxicos quando o controle biológico não estiver mais funcionando e comprometer a produtividade.

Alface hidropônica na estufa
da universidade
 Depois da entrevista, mostrando os viveiros e estufas da Fazenda Experimental, os quatro alunos responderam de primeira quando perguntados se consideravam a engenharia agronômica a profissão do futuro: “Claro que sim!”. Para saber mais, acesse o portal da universidade na internet: www.unimar.br

* Reportagem publicada na edição de 23.10.2011 do Correio Mariliense

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