domingo, 2 de outubro de 2011

PROJETO SOCIOAMBIENTAL DA FATEC TERÁ EDUCAÇÃO E HUMANIZAÇÃO NA COLETA SELETIVA DE LIXRO

Por Célia Ribeiro

Uma ideia criativa, que representará um marco na coletiva seletiva de lixo de Marília e gestada com paciência desde o começo do ano, está muito perto de nascer: até o final de outubro, os bairros Parati e Portal do Sol serão contemplados com o original projeto piloto, elaborado pela FATEC Marília, que conseguiu reunir educação ambiental, correta destinação de resíduos sólidos e humanização do trabalho dos catadores de recicláveis.

Professor Gustavo mostra uma das lixeiras
Quem anuncia a boa nova é o jovem professor Gustavo Lana Soares, engenheiro de formação, que se mistura entre a moçada que frequenta o curso de Tecnologia em Alimentos, do campus Marília da Faculdade de Tecnologia “Estudante Rafael Almeida Camarinha”. A instituição pública de ensino, mantida pelo governo do Estado, ganhou notoriedade, recentemente, ao ficar entre as três finalistas da Gincana Impacto Zero SWU concorrendo com 110 faculdades de todo o País.

O evento, divulgado amplamente, inclusive no Fantástico da Rede Globo, deu muita visibilidade à faculdade que está investindo pesado na questão ambiental. Além da formação dos alunos, a meta é educar a sociedade, contribuir com um sério problema que é a destinação de resíduos sólidos e, de quebra, colaborar com a geração de renda de catadores independentes. Ao final do projeto piloto, com duração de três anos, a ideia é replica-lo em outros bairros e exportar o modelo a outras cidades.

CICLO FECHADO

Com um entusiasmo contagiante, o jovem professor explicou a proposta: 1.023 residências, de 20 quadras dos bairros Parati e Portal do Sol, receberão a visita de 20 alunos capacitados para o trabalho de educação ambiental. As famílias serão convidadas a se integrarem ao projeto que prevê a cessão de duas lixeiras de 28 litros onde separarão o lixo orgânico e os recicláveis (papel, metal, vidro e plástico).

Além de cronograma, as donas-de-casa receberão folder explicativo e as orientações básicas para a coleta seletiva. Não será necessário separar os recicláveis que estarão numa única lixeira, o que facilitará muito. Por sua vez, os catadores do projeto se comprometerão a passar nas casas às segundas e sextas-feiras.

Alunos recolhem papel para a gincana
Uma coisa muito interessante, foi que pensaram na humanização do trabalho dos catadores. Pesquisa realizada pela Unesp, em 2.005, apontava a existência de 700 deles na cidade. Essas pessoas receberão boné, colete de identificação e luvas para proteção. Além disso, os carrinhos receberão manutenção para que rodem com mais segurança.

Bem, temos a separação do lixo e a coleta. Falta a destinação. Pensando nisso, foi integrado ao projeto o Depósito Santa Luzia, localizado nas proximidades da Unimar. A empresa adquirirá os recicláveis dos catadores credenciados e repassará 2% do valor bruto ao projeto para despesas diversas como substituição de lixeiras, produção de folder e material informativo etc.

Os coordenadores do Projeto “Coleta Seletiva Marília Sustentável” (Cosemasu) monitorarão todo o processo, incluindo pesquisa de satisfação com as donas-de-casa. E por falar nisso, as famílias participantes receberão, além das lixeiras, uma sacola de material resistente para compras e certificado. Ao final do primeiro ano, comemorando a primeira fase do projeto, haverá um evento nos bairros com plantio de árvores e atividades recreativas para a população.

INICIATIVA PRIVADA

Mobilização geral que levou a FATEC aos finalistas
Por incrível que pareça, uma ideia tão criativa ainda esbarra na necessidade de atrair apoiadores na iniciativa privada. Isto porque, o projeto precisa de patrocinadores para financiar as lixeiras. Segundo Gustavo Soares, as empresas interessadas poderão colocar sua logomarca nas lixeiras, nos bonés e coletes dos catadores, além de utilizarem o investimento como ferramenta de marketing.

“Poderíamos tentar um financiamento com recursos federais para esse projeto”, explicou o professor, para justificar, em seguida: “Mas, neste caso, não teríamos o envolvimento da iniciativa privada, das empresas que geram resíduos”. O custo para cada uma das 04 empresas será de apenas 10 mil reais porque as lixeiras serão compradas diretamente do fabricante (Plasutil) que dará sua colaboração reduzindo o preço do produto.

De acordo com o professor Gustavo, haverá investimento financeiro somente no primeiro ano. Nos segundo e terceiro anos a reposição de lixeiras será garantida com os 2% sobre a venda dos recicláveis no depósito. A previsão mais modesta é que a comercialização dos materiais gire em torno de 80 mil reais por ano.

O professor disse que já visitou algumas empresas de Marília e que pretende intensificar os contatos a partir desta semana para fechar os parceiros. “Tudo está sendo feito segundo a legislação. O nosso projeto é economicamente viável, socialmente justo e ecologicamente correto”, finalizou.

Quem quiser conhecer melhor o projeto, pode entrar em contato com o professor Gustavo pelo e-mail: gustavo_lana@yahoo.com.br No site da FATEC há informações sobre a instituição de ensino: http://www.fatecmarilia.edu.br/

RECICASA: PROJETO SOCIAL

Foi inaugurada, na semana passada, a recicasa: alunos da FATEC arrecadaram na comunidade brinquedos novos e usados para as crianças da zona norte, do projeto comunitário “Horta Vinha do Senhor”. Os brinquedos foram uma surpresa para as crianças que ajudaram a construir a casa com 1.300 caixinhas de leite. Segundo o professor Gustavo, “este trabalho faz parte de um projeto de educação ambiental e sanitária que fazemos com esta comunidade. Nesta construção trabalhamos com os seguintes conceitos: 3R´s (Reciclar, Reduzir, Reaproveitar), união, trabalho voluntário e preservação do meio-ambiente, concluiu.

* Reportagem publicada na edição de 02.10.2011 do Correio Mariliense

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