domingo, 14 de agosto de 2011

"POSSO AJUDAR?": VOLUNTÁRIOS DOAM TEMPO PARA ORIENTAR PACIENTES NA SANTA CASA DE MARÍLIA

Por Célia Ribeiro

Desde as primeiras horas da manhã, é grande o movimento no entorno da Santa Casa de Misericórdia de Marília, na zona leste. Com passos rápidos, muitos pacientes chegam ansiosos para identificarem o setor onde receberão atendimento. Nesta hora, uma figura incorporada nos últimos três meses à rotina hospitalar aparece como um verdadeiro anjo da guarda: o voluntário acolhedor.

Com um sorriso no rosto e muita serenidade, os voluntários começaram a atuar na orientação aos pacientes há cerca de três meses, revela a assistente social Cristiane de Oliveira, 33 anos. São trabalhadores, donas-de-casa, estudantes e até funcionários da Santa Casa que se dispuseram a doar parte do seu tempo para garantir o bem-estar de todos aqueles que chegam ao hospital.

Jaqueline orienta aposentado

Referência para mais de 60 municípios, a Santa Casa é um hospital de nível terciário que desenvolve procedimentos de alta complexidade nas áreas de: oncologia, ortopedia, cirurgia cardíaca e hemodinâmica, neurologia, neurocirurgia, terapia renal substitutiva, tratamento de queimados, entre outros.

Em 2.010, a instituição registrou 71% de atendimento aos usuários do SUS, o que explica o grande volume de pacientes vindos de muitas cidades. Para esse público, que muitas vezes não conhece o hospital, os imensos corredores, as novas alas e departamentos acabam se transformando num labirinto, apesar de todo o esforço das equipes da portaria que prestam a primeira orientação.

Segundo informações da assistente social, a ideia do Programa “Posso Ajudar” vem sendo amadurecida desde 2010. Após vários estudos, chegou-se ao formato atual que prevê o recrutamento dos interessados, a aplicação de um processo seletivo e treinamento para os aprovados que conhecem a rotina hospitalar e recebem orientação dos profissionais de diferentes áreas.

Cristiane de Oliveira conta que “os voluntários, devidamente identificados, ficam nas principais entradas do hospital para orientarem os pacientes que vêm fazer qualquer tratamento”. Conforme disse, “nós percebemos que os pacientes ficavam meio perdidos aqui”. Com os voluntários, eles recebem ajuda para chegarem ao local desejado, subir ou descer pelo elevador etc.

No entanto, a assistente social ressalta que o treinamento é rigoroso e feito com muito critério. Por exemplo, os voluntários sabem que não podem empurrar cadeiras de roda, nem auxiliar o paciente a subir na maca. Para essas tarefas há profissionais de saúde habilitados.

VONTADE DE AJUDAR

Cristiane Oliveira, assistente social
Na quinta-feira, a equipe do “Correio Mariliense” acompanhou a voluntária Jaqueline Kelly do Carmo Lemos. Aos 33 anos, casada e mãe de dois filhos, ela é estudante do curso Técnico de Enfermagem e, apesar da rotina atribulada com a família e os estudos, encontrou tempo e vontade para ajudar.

“No fim do dia eu me sinto muito feliz por ter podido ajudar alguém”, comentou a voluntária que, minutos antes, orientava o aposentado José Catarino, de 77 anos, vindo da cidade de Campos Novos Paulista para um atendimento no setor de Oncologia. Ele aproveitou para elogiar a iniciativa do hospital: “Estão de parabéns. É muito bom ser bem recebido e atendido”, afirmou.

Cristiane de Oliveira informou que vários funcionários da Santa Casa colaboram com o programa: “Eles também se sensibilizaram”, disse. A carga horária máxima é de 04 horas semanais, como prevê a lei do voluntariado, que pode ser cumprida de uma vez ou fracionada em 01 hora por dia, explicou a assistente social.

Grupo em visita à horta da zona norte
 Mas, o programa de voluntariado da Santa Casa não se resume ao acolhimento. Atualmente, mais de 50 pessoas atuam de alguma forma para tornar mais confortável o período de internação e tratamento. Cristiane de Oliveira citou os grupos “Viva e Deixe Viver”, “Clínica da Alegria” e “Terapeuta do Riso”: “São voluntários que fazem visita nos leitos, leem para os pacientes, contam histórias etc”, acrescentou.
As entidades recebem a visita dos funcionários do hospital

Paralelamente, os funcionários da Santa Casa costumam visitar entidades beneficentes para conhecerem os projetos em desenvolvimento e, dessa forma, colaborarem com a instituição. Na quarta-feira, um grupo esteve na Horta Comunitária “Vinha do Senhor”, do Jardim Santa Antonieta, de onde saíram muito bem impressionados.

Segundo a assistente social, eventos internos, realizados ao longo do ano, geram renda como nas apresentações culturais das “Pratas da Casa” em que o ingresso é o alimento levado como doação. Toda a arrecadação é destinada a uma instituição filantrópica que foi previamente visitada pela equipe.

E a julgar pela empolgação dos funcionários, em breve mais novidades serão incorporadas ao processo de melhoria do acolhimento da Santa Casa. Como disse a assistente social, “de passinho em passinho, a gente chega lá”. Para conhecer mais sobre a entidade, acesse: http://www.santacasamarilia.com.br/

* Reportagem publicada na edição de 14.08.2011 do Correio Mariliense

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